Atualmente, muitos jovens ingressam no mercado de trabalho apresentando sólida formação técnica e domínio prático, mas enfrentam dificuldades em aspectos organizacionais e emocionais. Essa realidade é especialmente perceptível entre os profissionais da chamada Geração Z, que, embora sejam altamente conectados e ágeis no uso de tecnologias, ainda demonstram fragilidades em habilidades socioemocionais, como controle da ansiedade, comunicação interpessoal e postura profissional adequada (Prado, 2021). João, 23 anos, recém-formado em Sistemas de Informação, foi contratado por uma empresa de Tecnologia da Informação. Apesar de demonstrar competência técnica, ele apresenta dificuldades em organizar tarefas e prioridades, lidar com prazos e reuniões, além de confundir momentos de descontração com situações que exigem seriedade e postura profissional.
O caso de João evidencia como suas limitações impactam diretamente o ambiente de trabalho. A desorganização nas tarefas e a ansiedade diante de prazos comprometem a produtividade individual e podem gerar atrasos nas entregas. Além disso, esses fatores afetam a dinâmica da equipe, criando insegurança durante interações com colegas e gestores e, por consequência, um clima de tensão e desmotivação. A postura inadequada em contextos formais pode ser interpretada como falta de comprometimento, prejudicando a imagem profissional de João e a harmonia do grupo. Diante desse cenário, os objetivos da intervenção incluem promover autoconhecimento, autorregulação emocional e desenvolvimento de competências comportamentais e organizacionais. Busca-se auxiliar João a compreender o impacto de suas atitudes, aprimorar sua postura profissional e desenvolver estratégias para gerenciar o tempo, prioridades e ansiedade.
Para alcançar esses objetivos, recomenda-se que a empresa promova ações institucionais integradas, como treinamentos de gestão de tempo e definição de prioridades, oficinas de comunicação assertiva e workshops sobre comportamento organizacional. O acompanhamento contínuo por um mentor ou gestor é igualmente importante, oferecendo orientação prática, feedback constante e suporte na adaptação à cultura da empresa, contribuindo para que João aprenda a planejar tarefas, atender às demandas e diferenciar momentos formais de momentos de descontração.
O atendimento psicopedagógico empresarial começa com uma escuta ativa e empática de João, visando compreender suas percepções sobre suas dificuldades, expectativas em relação ao trabalho e desafios na conciliação das responsabilidades profissionais e pessoais. Em seguida, são realizadas observações diretas do comportamento do colaborador durante reuniões, entrega de tarefas e interações com colegas, permitindo identificar padrões de atuação, pontos fortes e aspectos que necessitam de intervenção. Paralelamente, entrevistas com gestores e colegas de equipe são conduzidas para compreender como o comportamento de João é percebido no ambiente de trabalho e quais fatores impactam seu desempenho. A análise desses dados possibilita um diagnóstico completo do processo de aprendizagem profissional, das competências socioemocionais e das interferências emocionais que afetam organização, foco e postura. Com base nesse diagnóstico, são planejadas estratégias específicas de intervenção psicopedagógica, que incluem o uso de planejadores semanais para auxiliar João na organização de demandas e prazos, acompanhamento periódico para avaliação de progressos e dificuldades, dinâmicas em grupo, voltadas ao desenvolvimento de empatia, cooperação e comunicação, bem como orientações sobre etiqueta corporativa e postura profissional. Todas essas ações são aplicadas de maneira gradual e integrada, permitindo que o colaborador reflita sobre suas atitudes, exercite a autorregulação e desenvolva competências comportamentais de forma contínua. O processo é monitorado regularmente, ajustando estratégias conforme a evolução de João, garantindo que ele não apenas corrija comportamentos inadequados, mas também adquira autonomia, responsabilidade e maturidade profissional, promovendo um aprendizado significativo e duradouro no contexto empresarial (Prado, 2021).
A Geração Z apresenta características que influenciam fortemente sua inserção no mercado de trabalho. Esses jovens valorizam reconhecimento, flexibilidade, equilíbrio entre vida pessoal, profissional e feedback constante, buscando ambientes que incentivem aprendizado prático e interação colaborativa. Por outro lado, lidam com elevados níveis de ansiedade e pressão por resultados imediatos, além de apresentarem dificuldades na regulação emocional. Nesse contexto, a mediação psicopedagógica é fundamental, pois permite que João desenvolva habilidades socioemocionais, autogestão e postura adequada, alinhando suas necessidades individuais às expectativas da empresa. A intervenção transforma desafios em oportunidades de crescimento, promovendo aprendizado contínuo, reflexão sobre atitudes, maturidade profissional e fortalecimento do clima organizacional.
João poderá aprimorar competências, desenvolver autonomia e tornar-se um colaborador mais consciente, equilibrado e produtivo, apto a adaptar-se às exigências do mercado contemporâneo. Com a mediação psicopedagógica, será capaz de gerenciar melhor tempo, tarefas e prioridades, fortalecendo sua postura profissional e promovendo integração positiva à equipe. Dessa forma, a psicopedagogia aplicada ao ambiente corporativo assume papel estratégico na formação de profissionais preparados, resilientes e conscientes, contribuindo tanto para o desenvolvimento individual quanto para a produtividade e harmonia das equipes (Prado, 2021).
Referência
PRADO, Thiago Silva. Psicopedagogia Aplicada aos Ambientes Organizacionais. Maringá – PR: Unicesumar, 2021.
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